terça-feira, 13 de novembro de 2007

As Pinturas de...

                  Henri De Toulouse Lautrec

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Nascido na nobreza francesa, possuía uma linha de ancestrais de nomes aristocráticos. Seu pai era o conde Aphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa, e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Queriam seus pais que o filho seguisse com esmero o mesmo caminho nobre de toda a sua família, tanto materna quanto paterna. Certamente queriam eles que Henri se tornasse um excêntrico caçador de falcões, mimado pelos caprichos da corte. Porém, desde jovem, o rapazinho desprezava a opulência, considerando-a enfadonha.

Toulouse-Lautrec sofria de uma doença desconhecida em sua época. Certamente uma distrofia poli-hipofisária, ou seja, um desenvolvimento insuficiente de certos tecidos ósseos. Sofre dois acidentes em sua juventude e acaba fracturando o fémur esquerdo e direito respectivamente. Os ossos mal soldados fazem com que Henri não ultrapasse a altura de 1,52m. Porém, o jovem não se deixa abater por tal infortúnio. Em seus longos períodos de cama, Toulouse-Lautrec faz desenhos e pinta aquarelas, abrindo espaço para seu incrível talento que ainda se desfraldaria.

Aos dezesseis anos, vai estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o agrada. Logo depois vai estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobre a inspiração que lhe faltava. Muda-se para aquele bairro de má fama e encontra seu lugar entre trabalhadores, prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.

Cartaz de Toulouse-Lautrec para o Moulin Rouge, 1891.

Cartaz de Toulouse-Lautrec para o Moulin Rouge, 1891.

Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros prostíbulos, o pequeno nobre acaba se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande importância cultural no fim do século XIX.

Testemunha da vida nocturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como também cartazes promocionais dos prostíbulos e teatros, fazendo-se presente na revolução da publicidade do século XIX. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de divulgação de locais de lazer parisienses. Trilhando o caminho de Jules Chéret, assim como Alfons Mucha, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.

A habilidade artística de Lautrec é bastante reconhecida, tanto pelos seus amigos da classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin.

Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do artista aleijado. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que ele consegue burlar. Sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.

Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre nos braços de sua mãe, às duas horas e quinze minutos da manhã. E o mundo perde um pequeno gigante no domínio da arte.

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