quarta-feira, 11 de junho de 2008

Depois de Persépolis


O que você faria se, numa discussão com sua mulher, ela quebrasse o instrumento musical que é sua vida e seu sustento? Para Nasser Ali Khan, protagonista de "Frango com ameixas" (Cia. Das Letras), nova HQ de Marjane Satrapi, só resta esperar pela morte. Tio-avô da autora, Ali Khan se casou sem amor com Nahid, teve três filhos com ela, mas amava mesmo Irâne. O relacionamento com o amor de sua vida não deu certo porque nunca foi aprovado pelo pai da moça.

O prato que dá nome ao livro, mais uma história com tons biográficos da iraniana Marjane, autora também do ótimo "Persépolis", é o favorito do tio músico, que nunca foi compreendido pela família. Quando perde seu tar, o tal instrumento musical, Ali Khan se isola em seu quarto, sem comida, e aguarda a chegada de Azrael, o anjo da morte. A aparição da entidade é um dos melhores momentos da triste HQ, que, assim como "Persépolis", vai virar filme de animação dirigido a quatro mãos por ela e Vincent Paronnaud.

A morte do músico chegará depois de oito dias de angustiada espera, mas, até lá, o leitor acompanhará, com o personagem, a vida passar, em quadrinhos, diante de seus olhos.

* Este é o abre da coluna Liquidificador desta terça-feira. Escrita a quatro mãos com André Miranda, a Liquidificador sai na revista Megazine, um dos suplementos do GLOBO.


Copiado palavra por palavra do Gibizada

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