quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Entrevista: Pedra Leticia


Claro, aproveitando o sucesso de Pedra Leticia (MTV, show SP e Rio), resolvi postar novamente a entrevista:


Naodiganada
- Vamos começar com o básico, qual a origem do nome?

Fabiano Cambota PEDRA LETICIA - na verdade o nome não tem uma razão, ou motivo, para cada resposta a gente pode inventar um porquê, mas a verdade é que o nome não tem sentido, não tem motivo, não tem nada, é só o amontoado de letras.

Naodiganada - segundo o Marcelo Nova, ele montou uma banda com o objetivo de comer as meninas, a inspiração para a banda segue essa linha?

Fabiano Cambota PEDRA LETICIA - pior que não. Somos 3 nerds tentando se divertir...na verdade não pensamos em nada ao montar a banda...nem mesmo em montar uma banda. eu e o fabianim tocávamos num bar, pra ganhar uma grana, se divertir mesmo. O bar era do thiago e a coisa foi indo, até que um dia o bar fechou e a gente tava junto, é como uma menina que você vai ficando e quando percebe ja ta namorando de aliança na mão.

Naodiganada - o show de vcs é ótimo, nos transmite que voces se divertem mais que o público. Voces sobrevivem hoje da música?

Fabiano Cambota PEDRA LETICIA - sim, eu e o thiago sim, o fabianim tem uma escola de inglês que só dá despesas, mas a gente se diverte demais mesmo, acaba muita piada ficando em cima do palco, porque é sobre coisas que se passam entre nós e o clima da viagem pro show eh o mesmo do clima do palco.

Naodiganada - sim, isso é interessante aos olhos de quem vê, sentimos que voces estão ali por prazer mesmo.

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - a gente dá muita risada, curte muito um com o outro e somos meio bobões, como eu disse somos meio nerds, eu e o fabianim nem bebemos, o thiago eh o unico que toma alguma coisa e olha que so bebe um pouco de vodka com energético, a gente fica na pilha à base de coca-cola, quem vê nosso camarim saca que a gente é nerd, num tem putaria, num tem pó rolando. Não que eu tenha algo contra isso tudo né....mas num é nosso estilo entende?

Naodiganada - Voces sabem o tamanho do sucesso do Pedra Leticia hoje? Por exemplo, temos muitos freqüentadores do blog que entrou vindo de pesquisas no google, vindo de várias partes do país.

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - cara...eu não paro pra pensar em sucesso sabe? Eu vou dizer por mim. Eu já quis muito ser um cara famoso. Mas sempre como resultado de um trabalho. Eu acho estranho demais o cara ficar famoso sem ter demonstrado nada. BBB, ou atores de oitava linha que aparecem muito mais em revista do que na novela, Mas eu queria ser famoso quando eu tinha 18 anos, Hoje eu só quero dar risada e me divertir. A grana é consequência, sucesso também. Nosso sucesso é mto relativo. Já fizemos show pra 3.000 pessoas num dia e 70 no outro.

Naodiganada – setenta pessoas?

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - juro cara. Fizemos um show em Guarapuava PR. 70 pessoas, contadas. E o lugar era lindo, o som tava perfeito, a cidade era massa. E o show foi muito legal também. Então...eu acho que sucesso é uma coisa relativa. É claro que eu gostaria de tocar pra 10.000 pessoas, 15.000. Mas não é melhor do que tocar lá no omelete pras 300 pessoas amontoadas sabe? E quando tocamos pra 10.000 pessoas foi num show do Fernando & Sorocaba. O público era deles, não era nosso. O mérito era deles. O nosso show foi uma bosta. A galera que realmente tinha ido lá nos ver deve ter ficado decepcionadíssima.
Naodiganada - Achei a música "eu nao toco raul" simplesmente fantástica.

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - Cara, essa música é meu calcanhar de Aquiles. Porque eu também gosto de muita coisa do Raul. Aliás MDC é a cara da nossa banda né. Mas tem muito cara idiota no mundo, véio. A música não fala nada do Raul. Nada mesmo. E eu tive muito cuidado ao escrever. Só que é quase uma piada pros cantores e bandas de boteco, o fato de toda noite ter um bêbado suplicando pra tocarem Raul. E gritam o clássico "toca Raul!". Se eu soubesse da repercussão dessa música, não sei se a escreveria. ou mudaria a forma. Eu não me arrependo de tê-la escrito, mas mudaria algumas frases. Mas quando a escrevi a banda não era conhecida nem lá em casa.

Naodiganada - Camioneta zera, um desabafo?

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - Que nada, outra brincadeira, muitas vezes mal interpretada. sobre essa música, a gente que tem banda de rock, obviamente tem menos espaço em Goiânia do que as duplas. Mas lá a cena rock é bem forte. Dois dos maiores festivais de rock alternativo do Brasil acontecem la. O bananada e o Goiania noise. Mais uma vez a crítica não é à música. É mais uma brincadeira com o estereótipo. eu, particularmente, não curto a música sertaneja de hoje. Mas eu tenho no meu carro cd gravado com João Mineiro e Marciano, Milionário e José Rico, Belmonte e Amaraí. A afinação é legal, as letras também eram legais, hoje não é sertanejo. A outra crítica da música é sobre a "goianidade". cara. Somos um estado sem identidade, mas num é porque falta gente de personalidade, mas porque somos um amontoado de imigrações. A identidade vai surgir naturalmente. Na verdade a história é longa, envolve toda a década de 80, o acidente do césio que foi superdimensionado pela mídia, o primeiro boom da música sertaneja. Nosso estado acabou ficando com estigma de gente ignorante. Eu só não aceito falarem que não respeitamos ou estamos desprezando nosso estado. Porque poucas bandas colocam o lugar de onde vieram em pauta. Voce não ve a Pitty colocar o assunto axe nas suas musicas ou não ve o jota quest defendendo BH. a gente pos isso em pauta. E defendemos o que é real. Goiânia é uma cidade grande, urbana (no sentido contrário à roça), e desenvolvida. Não ouvimos só sertanejo, não usamos bota, não temos camionete

Naodiganada - Aparentemente, o nível social dos fãs de goiania é composto na maioria de pessoas chamadas de "mais esclarecidas", a maioria graduada. Pedra Leticia agrada esse grupo?

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - Depende. Toda obra de quaisquer tipos de arte têm várias formas de interpretação. A nossa música pode ser interpretada como crítica, ou como besteirol. depende do repertório de quem a escuta. Muita gente ainda conhece somente "como que ocê pôde abandoná eu" e, por isso, não entende direito a banda. Não somos mamonas, não somos P.O. box, somos Pedra Leticia, e só isso. As pessoas mais esclarecidas acabam entendendo o show de uma forma, e as menos esclarecidas de outra. Não fazemos o show pensando em como ele vai ser aceito ou interpretado. Quando cantamos kelly key, tem gente que ri, e tem gente que acha legal, mas todos cantam juntos. Isso é que importa.

Naodiganada – Para terminar, vamos na maneira clássica, perfil. Livros:

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - Eu tenho lido muitas biografias. Do Gonzagão e do Gonzaguinha, do Roberto Carlos, do Tim Maia. E sempre leio crônicas. Adoro Luis fernando Veríssimo, mas estou lendo Mário Prata, e indico viu.

Naodiganada – Filmes e TV:

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - Eu assisto muitos filmes, de todo tipo. Adoro filme antigo. Sou viciado em cinema e assito tudo, desde filme cabeça europeu, até blockbuster de hollywood.

Naodiganada – Música:

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - Vixe, ouço muuuuita música, mas muita mesmo. Eu adoro rock, escuto muito rock clássico e sempre aponto o queen como minha banda favorita. Mas ouço muita música brasileira e nos últimos tempos tenho estado viciado. Ney Matogrosso e Maria Bethânia sao intérpretes inigualáveis. Presença de palco foda mesmo. Eu ouço muito Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, adoro música instrumental. não necessariamente classica, mas instrumental. Ouço Dilermando Reis, Raphael Rabello, MArcos Suzanno, Yamandú, Paulo Moura, chorinho em geral. E tenho loucura pela era de ouro do rádio. Nelson Gonçaves, Anisio Silva, Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira, Agostinho dos Santos, etc.

Naodiganada – Mais algo...?

Fabiano Cambota – PEDRA LETICIA - eu não disse uma coisa que faço muito..e é nerd pra caramba: jogo muito video game e pc. Winning Eleven poucos me vencem (risos). Modesto! (risos). E jogo mto age of mithology, need for speed.

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