terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Hobbit como espécie humana

Cérebro de hobbit tem características estruturais cerebrais de um cérebro normal.
Conclusões apontam que é uma espécie humana diferente do homem moderno.

Uma imagem tridimensional virtual do cérebro de um humanóide de baixa estatura, cujo esqueleto foi descoberto em 2003 na Indonésia, reforça a polêmica tese de que pertenceria a uma espécie humana diferente, segundo estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

Uma equipe de antropólogos da Universidade do Estado da Flórida (sudeste), dirigida por Dean Falk, reconstruiu com a ajuda de um computador o interior detalhado de uma caixa craniana virtual a partir de dez crânios humanos normais e de 10 crânios pertencentes a pessoas que sofriam de microcefalia, ou seja, uma pequenez do crânio, que coincide com uma detenção do desenvolvimento cerebral provocado por uma doença viral.

Estes cientistas depois recriaram o interior de uma caixa craniana de um anão e a do "Homo Floresiensis" - assim chamado devido ao fato de suas ossadas terem sido descobertas na ilha indonésia de Flores -, mais comumente conhecido como "hobbit", em alusão aos personagens da obra de J.R. Tolkien, autor de "O Senhor dos Anéis".

As diferentes imagens tridimensionais virtuais obtidas permitiram classificar melhor e medir os efeitos da microcefalia no tamanho e no formato do cérebro, explicaram os cientistas, cujo estudo aparece na edição desta segunda-feira dos Anais da Academia Americana de Ciências.

Embora o cérebro do anão tenha sido classificado com o de um indivíduo que sofria microcefalia, o do "hobbit" apresentava "todas as características estruturais cerebrais de um cérebro normal", concluíram os cientistas.

"Estas conclusões tendem a confirmar a tese do Homo Floresiensis, segundo a qual se trata de uma espécie humana diferente do homem moderno e poderia, ainda, servir para diagnosticar casos de microcefalia hoje", destacaram os cientistas.

O esqueleto, inclusive um crânio quase completo deste humanóide descoberto em 2003 nas camadas de sedimento do interior de uma caverna na ilha de Flores, media 1,06 metro. A antigüidade destas ossadas foi calculada em 18.000 anos.

Esta descoberta causou muito alvoroço na comunidade de antropólogos, que pensavam até agora que depois da extinção do homem de Neanderthal, há 30.000 anos, o Homo Sapiens era a única espécie humana sobrevivente.

Os cientistas que fizeram esta descoberta concluíram muito rapidamente que se tratava de uma espécie diferente e igualmente evoluída como o Homo Sapiens ao analisar a impressão do cérebro na caixa craniana.

Utensílios sofisticados e restos de animais, entre eles um elefante anão, uma raça extinta, foram encontrados perto do esqueleto com as ossadas de pelo menos nove humanóides.

"Este indivíduo tinha um cérebro muito pequeno - do tamanho de uma toranja -, mas extremamente bem formado", disse então o professor Richard Roberts, da Universidade de Wollongong, perto de Sydney, na Austrália.

Mas depois outros antropólogos consideraram, após examinar o crânio do "hobbit", que se tratava simplesmente de um pigmeu afetado por microcefalia.

Para o professor Robert Martin, do Museu de Chicago (Illinois, norte), co-autor de um estudo publicado na revista científica americana Science em 2006, o cérebro do espécime era pequeno demais para pertencer a uma nova espécie humana anã.

O tamanho do cérebro, 400 centímetros cúbicos, indicaria a um indivíduo que media apenas 30 cm, um terço do que media o esqueleto do "hobbit", segundo estes pesquisadores.


fonte G1.

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