Estou enojado com a humanidade e a vontade humana, inclusive a minha. Compreendo que minha vontade, por mais inteligente que eu seja, não passa de mais uma irritação na face da terra, quando começo a exercê-la. E a vontade dos outros é ainda pior, cada ser humano exercendo constantemente a sua vontade contra as outras pessoas, contra si mesmo e quase sempre cheio de auto-justificativa. Durante algum tempo é divertido exercer a própria vontade e resistir à dos outros que pretendem impô-la a mim. Mas, a certa altura, a náusea me domina. Minha própria alma fica nauseada e diante de mim só existe a morte, a menos que eu descubra outra coisa. Minha própria vontade acaba tornando-se ainda mais repulsiva simplesmente como minha vontade, é ainda mais desagradável do que a vontade dos outros. Devo abdicar de ser deus de minha própria máquina ou morrer de nojo… nojo de mim mesmo.
David Herbert Lawrence
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