terça-feira, 30 de dezembro de 2008
ENFIM...
CAROS "SEGUIDORES" E COLEGAS DE BLOG, CASO TENHAM SENTIDO MINHA FALTA, ESTOU PASSANDO POR AQUI PRA DIZER QUE ANDEI TRABALHANDO PRA CARALHO NESSES ÚLTIMOS DIAS E ESTIVE SEM TEMPO PARA POSTAGENS. DEVO DESEJAR TAMBÉM UM FELIZ NATAL (QUE SEJA O DE 2009 ENTÃO) E UM POR VIR DE FELICIDADES NOS EMINENTES PRÓXIMOS 365 DIAS A TODOS VOCÊS LEITORES (SE É QUE EXISTEM), PARCEIROS E COLEGAS DE BLOG. COMO DIRIA MEU TIO DO INTERIOR "DESPOIS DA TEMPESTADE MEU FIO, SEMPRE VEM A ABONANCIA", ESTAREI DE FERIAS A PARTIR DO DIA 31/12 LOGO, FICAREI POR MAIS ALGUNS DIAS AUSENTE, APÓS UM PERÍODO DE 15 DIAS PARA INFELICIDADE PARCIAL DA NAÇÃO, QUEIRAM OU NÃO QUEIRAM, RETORNAREI. E SE NÃO GOSTOU, NAODIGANADA.
HÁ BRAÇOS.
domingo, 28 de dezembro de 2008
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Coma, de Alex Garland
"Até o telefone tocar, o único som em meu escritório era o arranhar de minha pena enquanto eu fazia anotações, correções e consertos.
Eu apertei o botão do interfone.
_ Carl falando.
_ Carl.
_ Catherine! Era para eu ter mandado você para casa há horas...
Ela me interrompeu. _Eu estou em casa. Cheguei em casa, saí para ver um filme, comi uma pizza e assisti ao final do Jornal da Noite.
O relógio da minha escrivaninha marcava 11:42. Girei minha cadeira. A janela do meu escritório ia do chão até o teto. Através dela, eu podia ver o brilho da cidade e o céu noturno. Nenhuma estrela - uma camada baixa de nuvens deixava o céu com um clarão quase vermelho.
Catherine continuou. _ Estou ligando porque o último trem parte dentro de vinte e cinco minutos.
Na estação de metrô, continuei a ler meus papéis. Fiz anotações nas margens, e a caneta escorregou enquanto os papéis entortavam sob a pressão da ponta da caneta. Vindo de algum lugar, um som de gargalhadas ecoou pelas paredes e corredores de ladrilhos. Ergui os olhos enquanto o som desaparecia, mas eu era a única pessoa na plataforma. Mesmo assim, o barulho me enervou um pouco. Era sem alegria e predatório.
Guardei meus papéis - as folhas soltas em minhas mãos me faziam sentir vulnerável. Enquanto fechava a pasta, o fecho gasto de metal, senti o ar sendo sugado pelo trem que se aproximava.
O único passageiro além de mim no vagão era uma moça de vinte e poucos anos, sentada na extremidade oposta, lendo um livro.
Pouco antes das portas se fecharem, eu tornei a ouvir a risada. O som foi mais próximo e mais nítido do que da primeira vez, mas a plataforma ainda estava vazia - o que pude avistar dela, olhando para os dois lados por cima do ombro, virando a cabeça para trás na direção do vidro para aumentar o meu ângulo de visão. Então as portas se fecharam e o trem deu uma sacudidela. Eu olhei para a moça. Ela ainda estava mergulhada no livro.
Fixei os olhos no meu reflexo na janela em frente e fiquei vendo minha cabeça balançar com o movimento do vagão.
Quando o trem atingiu a velocidade máxima, algo apareceu em minha visão periférica: uma sombra numa área iluminada. Olhei em sua direção, e vi que quatro rostos de quatro rapazes haviam aparecido nos vidros grossos e empoeirados das portas que ficavam entre os vagões. As quatro cabeças estavam juntas na moldura da janela.
Momentos depois as portas se abriram. Quando os homens passaram do vagão deles para o meu, tudo ficou alto e assustador. O barulho das rodas nos trilhos, o som arfante das paredes da estação passando por nós.
Os rapazes se amontoaram em volta da moça da mesma forma que haviam se amontoado diante da janela. Eles se debruçaram sobre ela, bloqueando-a da minha visão.
Um deles agarrou a bolsa que estava entre suas pernas. Houve uma espécie de luta, que a moça pareceu vencer temporariamente. Ela agarrou a bolsa e se levantou, empurrando os homens. Vi quase tudo isso com o canto do olho.
A moça atravessou o vagão e se sentou defronte a mim, bloqueando o meu reflexo na janela. Ela me pareceu corajosa. Acho que foi porque ela ainda estava segurando o livro, marcando com um dedo a página que estava lendo.
_ Com licença _ disse ela. _ O senhor se importa que eu me sente aqui?
Sacudi a cabeça e sustentei o seu olhar, tentando passar-lhe uma certa confiança. Eu não precisei virar a cabeça para saber que os rapazes viriam atrás dela. Imaginei o que aconteceria em seguida.
Os rapazes apareceram; um deles tornou a puxar a bolsa da moça; seu pulso foi agarrado; seu braço torcido para obrigá-la a largar a alça da bolsa; ela gritou.
Eu não sabia ao certo o que estava acontecendo. Eu não sabia o que fazer.
Fiquei em pé. Eu disse "Ei."
Certa vez, quando era pequeno, eu caí de um balanço alto e bati com força com a parte de trás da cabeça no chão. Enquanto este acidente estava acontecendo, eu o observei remotamente, da perspectiva dos galhos da árvore na qual o balanço estava pendurado.
Agora, pelas janelas laterais do trem, como se estivesse pairando entre o vidro externo e as paredes da estação, eu me via andando para trás no vagão, com os braços levantados, protegendo o meu torso e o meu rosto. Os rapazes estavam me atacando. Muitos dos seus golpes pareciam apenas roçar minha cabeça e meus ombros, e alguns não me atingiram. Alguns, no entanto, me atingiram em cheio.
Meus movimentos eram lentos e confusos. Minhas mãos se projetaram algumas vezes para a frente para afastar os homens, mas o gesto era de quem estava espantando uma mosca. Logo as minhas pernas dobraram e eu caí para trás sobre os assentos, e depois rolei para o chão. Do meu ponto de observação do lado de fora do vagão, fiquei vendo os rapazes me chutando até eu perder os sentidos.
1
Ainda como um observador distante, permaneci perto do meu corpo inconsciente. Não numa observação contínua - eu via a mim mesmo numa série de flashes que deviam ter intervalos de horas ou até de dias entre um e outro.
Na primeira imagem, a mais breve, eu me vi na traseira de uma ambulância. Minha camisa estava aberta e coberta de sangue, e meu rosto coberto por uma máscara de oxigênio.
Na imagem seguinte, eu estava deitado numa cama de hospital, no que imaginei ser uma unidade de terapia intensiva. Continuava usando uma máscara de oxigênio; minha cabeça e meu peito estavam enfaixados; eu estava ligado a máquinas. Catherine, minha secretária, estava sentada ao lado da cama, chorando. Havia um médico de pé, atrás dela. Estendia a mão em sua direção, como que num gesto de consolo, mas ele nunca parecia cobrir os poucos centímetros que faltavam para completar o gesto, e seus dedos permaneciam flutuando sobre o ombro dela como os de um curandeiro.
Em outra imagem, eu tinha sido levado da enfermaria para um quarto particular, e a moça do vagão do metrô estava no quarto comigo. Segurava um buquê de crisântemos e um cartão, e parecia pouco à vontade. Ela passou mais tempo olhando para as flores do que para o meu rosto, que agora estava sem ataduras, com as equimoses à mostra, mas dormindo tranqüilamente. A moça ficou comigo por algum tempo. Seus lábios se moviam de vez em quando, mas eu não percebi o que ela dizia. Finalmente, ela depositou as flores num vaso e o cartão na minha mesinha-de-cabeceira, e foi embora.
Na última imagem, um homem - um enfermeiro, eu acho - sentou-se na minha cama e conversou comigo, e, enquanto falava, ele fitava o meu rosto com grande concentração. Mais uma vez, não consegui ouvir as palavras, mas, pela sua postura e expressão, percebi que ele estava falando de uma maneira bem direta. Acho que estava tentando me acordar.
O enfermeiro ainda estava comigo quando finalmente acordei. De volta ao meu corpo, abri os olhos com um certo esforço, arqueando as sobrancelhas para abrir as pálpebras e quebrar a crosta de sono. Um pano ou esponja molhada foi passada pelo meu rosto. Pedi água, e o enfermeiro levou um copo até minha boca. Quando engoli, tive a sensação de poder acompanhar com precisão o caminho da água pela garganta. Senti o líquido formando uma poça em meu estômago, e a superfície da poça encrespando quando eu mudei de posição.
_ Então, estou vivo _ eu disse finalmente.
_ Sim _ respondeu o enfermeiro.
_ Estou muito ferido?
_ Você está se recuperando.
_ Que bom _ eu disse. _ É bom ouvir isso.
2
Algum tempo depois, eu estava sentado numa cadeira de rodas, conversando com dois policiais. O mais velho deles era quem mais falava. Queria saber se antes do ataque eu tinha encostado a mão nos rapazes ou os agredido de alguma forma.
_ De jeito nenhum _ respondi. _ Quer dizer, eu estava tentando impedir que eles assaltassem a moça. Mas só o que fiz foi me levantar. E quando vi eles estavam me dando socos. Eu não teria tido tempo de agredi-los, mesmo que quisesse.
O policial mais velho balançou a cabeça, concordando.
_ Foi isso mesmo que a testemunha disse.
_ Ela se machucou? A moça?
_ Não.
_ Eu fiquei com medo que ela tivesse sido estuprada.
_ Ela não se machucou. Eles levaram a bolsa dela, mas nós a recuperamos quando os prendemos.
_ Vocês os pegaram?
Devo ter mostrado surpresa, porque o policial mais jovem pareceu ficar ofendido.
_ Às vezes nós prendemos pessoas _ ele disse, com a voz um tanto inflamada.
O policial mais velho prosseguiu.
_ Quando eles saltaram na estação seguinte, tinham sido filmados em cinco ocasiões diferentes pela CCTV, antes mesmo de chegarem ao nível da rua. De fato, dois deles nós conseguimos acompanhar com a câmera até a porta de suas casas. Eles não vão se safar disto; pode ter certeza.
_ E quanto à minha pasta? _ perguntei. _ Eu tinha uma pasta. Vocês a recuperaram também?
O policial mais velho franziu a testa.
_ Uma pasta?
_ Sim. Com um fecho de metal. Havia papéis lá dentro.
O policial mais jovem começou a checar seu bloco de anotações.
_ Eu não tenho nenhum registro de uma pasta com um fecho de metal. Ela não estava no vagão com o senhor.
_ E eu não me lembro de ver nenhum deles carregando uma segunda pasta no CCTV—acrescentou o policial mais velho. _ Mas vou verificar.
_ É muito importante que eu encontre a pasta _ afirmei. _ Preciso dela para o meu trabalho.
_ O senhor não deveria estar se preocupando com trabalho por enquanto _ disse o policial mais velho.
_ Mas o senhor vai tentar encontrá-la? A minha carteira também estava lá dentro, e estava cheia de papéis e...
_ Se me permite _ interrompeu o policial mais velho _, acho que o senhor deveria esquecer tudo sobre trabalho e papéis por enquanto. Sua tarefa mais importante neste momento é melhorar. _ Ele sorriu para mim. _ Sair deste hospital e voltar para casa.
3
Recebi alta na tarde seguinte. O hospital providenciou um táxi para mim, e alguma coisa para eu vestir. Minhas roupas tinham sido rasgadas e estavam sujas de sangue, então, quando subi os degraus até a porta da minha casa, eu estava usando um pijama verde e chinelos.
Compreendi imediatamente que devia ter ficado inconsciente no hospital por muito tempo pela enorme pilha de cartas que bloqueava a porta de entrada. Levei as cartas para a sala e apertei o botão de play da minha secretária eletrônica. Eu tinha trinta e quatro mensagens, mas não me sentia disposto para escutá-las, nem para abrir minha correspondência. Não me sentia disposto nem para acender as luzes. Então, liguei a televisão.
Assisti ao noticiário das dez horas. Eu havia perdido as manchetes e as notícias principais. Ouvi a história de um incêndio numa boate e assisti a uma discussão entre duas celebridades. A discussão tinha acontecido do lado de fora de um cinema, por ocasião da première de um filme, e fora registrada por um membro do público, com uma câmera de vídeo. O locutor levantou a possibilidade de que, embora as celebridades tivessem quase chegado às vias de fato, a discussão tivesse sido encenada com fins promocionais. Eu achei, observando o locutor, que ele parecia inteiramente desinteressado pela verdade dos fatos, porque por diversas vezes pareceu ignorar o sentido das palavras que estava lendo - sem conseguir antecipar o final de uma frase ou o início de outra. Eu também desconfiei de que ele soubesse tanto quanto eu quem eram aquelas celebridades.
Assim como o locutor, eu perdi a concentração. Quando tornei a recuperá-la, estava passando um filme em preto e branco. Desliguei a televisão e subi para me deitar.
A poeira no meu quarto fez com que eu relembrasse o tempo que havia passado inconsciente no hospital. A cama estava desfeita - exatamente como eu a havia deixado ao ir para o trabalho no dia do ataque. Quando puxei a colcha, a poeira atacou os meus olhos como pólen e me fez piscar convulsivamente. Pude sentir a irritação no nariz e na garganta.
Mas a noite estava quente, então eu empurrei a colcha para o chão e abri a janela para deixar o ar circular no quarto. Depois, tirei o pijama do hospital, vesti uma cueca samba-canção e me deitei.
Eu não tinha fechado as cortinas, portanto o quarto estava claro devido à luz da rua. Eu não estava tentando realmente dormir. No táxi, na volta para casa do hospital, eu tinha ficado apreensivo com as conseqüências psicológicas que a agressão pudesse causar. Achei que essas conseqüências iriam manifestar-se em casa, quando eu tentasse voltar à normalidade, após um incidente tão anormal e chocante. A familiaridade da casa iria forçar uma justaposição que a estranhesa do hospital não forçara. Especificamente, eu acho que estava preocupado com pesadelos - reviver o ataque num mundo de sonhos, onde o sonho talvez se repetisse interminavelmente; onde o ataque pudesse ser ainda mais brutal e desagradável do que no mundo real.
Eu tinha decidido durante a corrida de táxi que o modo mais sensato de lidar com a questão psicológica seria, de certa forma, manter meu nível de expectativa baixo. Eu não faria planos nem estabeleceria metas, como, por exemplo, voltar ao trabalho numa data determinada. Quanto a dormir, eu não faria força para isso nem resistiria ao sono quando ele chegasse.
O motorista do táxi, com quem eu havia conversado um pouco durante a viagem de volta do hospital, tinha concordado.
_ Eu sofri um acidente de carro uma vez _ ele explicou. _ O que dizem é que depois de um acidente de carro você tem que voltar a dirigir, senão perde a coragem. É a mesma coisa se você cair de um cavalo. Ou de uma bicicleta. Ou de uma escada.
Eu balancei a cabeça concordando para seus olhos refletidos no espelho retrovisor.
_ Mas eu não fiz isso _ ele continuou. _ Depois do meu acidente, quando entrei no táxi pela primeira vez, não consegui nem ligar o motor.
Nós tínhamos parado num sinal vermelho nessa altura, então ele se virou para trás para ser mais enfático.
_ Eu nem mesmo toquei no volante! _ Ele sacudiu a cabeça enquanto o sinal abria e nós prosseguíamos. _ Minha mulher achou que eu estava louco. Ela ficou me observando da calçada. Mas eu não estava louco. _ Ele tornou a sacudir a cabeça. _ E eu também não liguei o motor da segunda vez, mas soltei o freio de mão. Nós moramos numa ladeira, então o táxi andou um pouco para a frente. Só não andou mais porque tinha um carro estacionado na frente. "Você está louco!" Minha mulher disse. Mas olhe para mim agora. Eu estou dirigindo de novo.
Ele ficou calado por alguns instantes.
_ É bom ir devagar com as coisas.
Vi no OANCIÃODIZ
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
domingo, 21 de dezembro de 2008
onde os velhos não tem vez/ cormac mccarthy
Leia um trecho do livro:
Chigurh estendeu um dólar sobre o balcão. O homem abriu a caixa registradora e empilhou o troco diante dele do modo como um carteador de cassino coloca as fichas. Chigurh não tinha tirado os olhos dele. O homem desviou o olhar. Tossiu. Chigurh abriu o pacote plástico de castanhas-de-caju com os dentes e despejou um terço do pacote na palma da mão e começou a comer.
Mais alguma coisa? o homem disse.
Não sei. Será?
Tem algo errado?
Com o quê?
Com alguma coisa.
É isso o que você está me perguntando? Se tem algo errado com alguma coisa?
O homem se virou e colocou o punho fechado sobre a boca e tossiu outra vez. Olhou para Chigurh e ele desviou o olhar. Olhou pela janela para a frente da loja. As bombas de gasolina e o carro parado lá. Chigurh comeu mais um punhadinho de castanhas-de-caju.
Mais alguma coisa?
Você já me perguntou isso.
Bem é que eu preciso fechar.
Fechar.
Sim senhor.
A que horas você fecha?
Agora. Fechamos agora.
Agora não é um horário. A que horas você fecha?
Normalmente ao escurecer. Quando escurece.
Chigurh ficou ali mastigando devagar. Você não sabe o que está dizendo, não é mesmo?
Perdão?
Eu disse você não sabe o que está dizendo não é mesmo.
Estou dizendo que é hora de fechar. Isso é o que eu estou dizendo.
A que horas você vai para a cama.
Perdão?
Você é meio surdo, não? Eu disse a que horas você vai para a cama.
Bem. Eu diria que por volta das nove e meia. Mais ou menos por volta das nove e meia.
Chigurh despejou mais castanhas na palma da mão.
Eu poderia voltar a essa hora, ele disse.
Nós vamos estar fechados.
É verdade.
Bem por que então o senhor ia voltar? Vamos estar fechados.
Você já disse isso.
Bem vamos mesmo.
Você mora naquela casa atrás da loja?
Moro sim.
Morou ali a vida toda?
O proprietário levou um tempo para responder. Essa era a casa do pai da minha mulher, ele disse. Originalmente.
Você se casou só para poder ficar com a casa.
Nós moramos em Temple Texas durante vários anos. Criamos uma família ali. Em Temple. Viemos para cá há uns quatro anos.
Você se casou só para poder ficar com a casa.
Se é o que o senhor acha.
Não é assim que eu acho. É assim que é.
Bem agora eu preciso fechar.
Chigurh despejou o restante das castanhas na palma da mão e amassou o pacote de plástico e colocou em cima do balcão. Estava de pé de forma estranhamente ereta, mastigando.
O senhor parece ter uma porção de perguntas, o proprietário disse. Para alguém que não quer dizer de onde veio.
Qual foi o máximo que você já perdeu jogando cara ou coroa?
Perdão?
Eu disse qual foi o máximo que você já perdeu jogando cara ou coroa.
Cara ou coroa?
Cara ou coroa.
Não sei. As pessoas normalmente não fazem apostas com cara ou coroa. Habitualmente é mais só para resolver alguma coisa.
Qual a maior coisa que você já viu ser resolvida?
Não sei.
Chigurh pegou uma moeda de vinte e cinco centavos no bolso e jogou-a para cima fazendo com que ela rodopiasse em meio ao brilho azulado das luzes fluorescentes lá no alto.Apanhou-a e prendeu-a de encontro à parte de trás de seu antebraço logo acima da atadura ensangüentada.
Escolha, ele disse.
Escolher?
Sim.
Por quê?
Só escolha.
Bem eu preciso saber o que é que nós estamos decidindo aqui.
Isso iria mudar alguma coisa?
O homem olhou para os olhos de Chigurh pela primeira vez. Azuis como lápis-lazúli. Ao mesmo tempo brilhantes e totalmente opacos. Como pedras molhadas. Você precisa escolher, Chigurh disse. Não posso escolher por você. Não seria justo. Não seria nem mesmo correto. Só escolha.
Eu não apostei nada.
Apostou sim. Está apostando a vida inteira. Você apenas não sabia. Sabe qual a data que está na moeda?
Não.
É 1958. Ela viajou durante vinte e dois anos para chegar aqui. E agora está aqui. E eu estou aqui. E estou com a mão sobre ela. E vai ser cara ou coroa. E você tem que dizer. Escolha.
Não sei o que posso ganhar.
À luz azulada o rosto do homem estava coberto por uma camada fina de suor. Ele lambeu o lábio superior.
Você pode ganhar tudo, Chigurh disse. Tudo.
Vi no OANCIÃODIZ
sábado, 20 de dezembro de 2008
Leah Moore e John Reppion escrevem Doctor Who
O casal de roteiristas Leah Moore (filha de Alan Moore) e John Reppion são fãs de longa data do seriado Doctor Who. A dupla está em um novo projeto da IDW Publishing com o personagem.
Em entrevista, Leah comentou que teve a idéia para o especial Doctor Who: The Whispering Gallery em um sonho. “Estávamos com dificuldades para encontrar a idéia perfeita para mandarmos para a IDW”, diz ela. “Tudo que pensávamos já havia sido feito ou não funcionava dentro do formato. Depois de um longo dia de troca de idéias, fui dormir assombrada pelo medo de não conseguirmos trabalhar juntos no projeto”.
Leah sonhou com uma historinha de duas páginas que se tornou não apenas a base do argumento, como deu nome ao projeto. “Levantei gritando: Já sei o que faremos pro Doctor Who! - e acordei John. Terminamos tudo em uma semana”.
The Whispering Gallery se passa durante as viagens do décimo doutor com sua parceira Martha Jones, em um planeta onde demonstrar emoções é um tipo de crime. “A história não se passa na Terra, o que nos permite alguma diversão criando vários alienígenas e monstros”, diz Moore. “Esta é uma história sobre as conseqüências das atitudes do Doutor sobre as vidas em que ele interfere e sobre como, em muitos casos, ele pode estar errado".
Moore e Reppion se unem ao artista Ben Templesmith, que cuida da capa e da arte da revista. Segundo os roteiristas, foi Templesmith quem os convidou para o projeto. “Ben se aproximou de Leah através do Twitter e perguntou se estaríamos interessados em fazer algo para um especial de Doctor Who, com ele como artista”, explicou Reppion. “Evidentemente ficamos excitados e aceitamos de primeira. Ben é um artista fantástico, cujo trabalho admiramos. É maravilhoso tê-lo num projeto nosso”.
Além de Whispering Gallery, o casal também está desenvolvendo dois projetos que sairão pela Dynamite Entertainment no ano que vem.
Doctor Who: The Whispering Gallery estará nas lojas norte-americanas dia 29 de fevereiro.
Doctor Who é uma série de televisão criada na Grã-Bretanha que existe desde 1963, focando um homem que viaja pelo tempo solucionando problemas. Vários atores já interpretaram o papel, e o programa já gerou duas séries derivadas, The Sarah Jane Adventures e Torchwood. O personagem também tem aventuras nos quadrinhos.
Vi no HQMANIACS
Baltimore e o Vampiro, de Mike Mignola e Christopher Golden
Em uma fria noite de outono, sob um céu negro despido de estrelas e sem lua, o capitão Henry Baltimore apanha seu rifle, fita o sombrio abismo do campo de batalha e sabe, dentro de sua alma, que estas são as câmaras de tortura do inferno, certo de que a perdição o aguarda poucos passos à frente.
Ele pára apoiado em um joelho, tentando ouvir, porém o único som audível vem do gélido vento outonal que traz consigo um fedor de morte e ruína. Baltimore acena para os homens que o seguem descobrindo caminhos em meio ao negrume e então se arrasta até uma pequena elevação que poderia ser um monte de lama remexida pela guerra... ou um amontoado de corpos.
Ele se ajoelha atrás da barragem; na verdade, uma inocente pilha de terra revolvida na escavação de uma trincheira. Mas Baltimore não sente alívio algum por essa descoberta, exceto pelo fato deste pequeno morro oferecer melhor proteção do que um monte de cadáveres. Balas atravessam carne putrefeita muito mais fácil do que terra dura.
No meio da noite, apenas um lunático tentaria cruzar a devastada terra de ninguém que separa seu batalhão dos campos hessianos. A tundra revirada está repleta de trincheiras úmidas, lamacentas e cravejada de corpos já sem vida. Fardos de arame farpado se estendem como enormes serpentes pelo campo.
No entanto, o termo lunático lhes caía bem. O comandante do batalhão ordenou que alguém atravessasse aquele sinistro caminho no escuro para atacar os inimigos em seu próprio território. O desespero exigia isso. Sem alguma reviravolta do destino, trazida pelos deuses ou pelos homens, ao amanhecer eles estariam em uma situação tenebrosa.
A missão foi entregue ao capitão Baltimore.
Ele liderou seu pelotão quarenta e cinco metros adentro da terra de ninguém, para longe da segurança do acampamento, para fora da floresta, que agora parecia ter ficado muito distante. Adiante, restam ainda ao menos quatro vezes essa distância até que eles alcancem uma cobertura razoável. Os hessianos estão acampados nos densos bosques no lado oposto do campo de batalha.
Baltimore sabe que está nos confins do mundo. O que mais explicaria o pavor que se esgueira no vazio de seu peito e envolve sua alma? Ele deve estar nas fronteiras do inferno, pois não consegue vislumbrar solo mais distante de sua família e do conforto de seu lar. Mas é essa a natureza da guerra. Tornar-se um soldado, derramar sangue e abater as almas dos homens em nome da fé ou da pátria, significa viajar para tão longe de casa que esta mesma se torna uma memória tão distante e querida quanto a inocência.
Ele sente saudade dessas duas coisas, mesmo finalmente percebendo – apenas agora, apenas aqui – que, para ele, ambas se perderam para sempre.
Quando garoto, ele ficava em seu quarto nos dias de chuva para brincar com seus soldadinhos de chumbo, separando-os em exércitos inimigos e fazendo-os trucidar uns aos outros no campo de batalha de seu cobertor. Mas soldadinhos de chumbo não sangram. Eles voltam para sua caixa e sobrevivem para guerrear no dia seguinte.
Soldados de carne e osso também acabam em caixas, mas feitas de madeira mais pesada. Baltimore já viu soldados demais sangrarem e acabarem em pedaços nessas caixas. O medo corre por suas veias agora, dificultando seus movimentos. A morte o espera naquele terreno destroçado e ele não tem vontade alguma de encontrá-la. Seus ossos ardem com um calafrio causado mais pelo terror e pela angústia do que pelo ar de novembro, e ele mal consegue respirar.
Ele ergue sua mão e sinaliza para seus homens, primeiro para a esquerda, depois para a direita. Em duas linhas, eles correm adiante, flanqueando sua posição pelos dois lados. Seus movimentos são um mero sussurro em meio à escuridão, mas, para Baltimore, soam alto demais. Conforme os soldados se aproximam, ele pode ouvir a suave cadência das botas contra o chão duro e grunhidos profundos de homens amargos cansados de matar.
Eles tomam forma entre as trevas: figuras equipadas com os capacetes achatados das forças aliadas e rifles em punho. Mais próximo a Baltimore está o sargento Tomlin, que segura o rifle em seus braços como um bebê recém-nascido.
O céu noturno parece baixo por causa das nuvens volumosas. Apenas uma mísera réstia de luz vaza pelos céus. Os olhos de Tomlin cintilam na escuridão e, agora que ele está perto, Baltimore percebe a urgência em seu rosto. Sua pele se retorce de medo e seu peito dói com o martelar de seu coração. Baltimore nunca foi um covarde, mas por um momento ele hesita, no pior lugar imaginável para uma pausa como essa.
Sem outra escolha, ele acena com a cabeça, ergue sua mão e sinaliza novamente.
Formas enegrecidas cruzam o campo. Baltimore e o sargento Tomlin se separam, circundam o morro lamacento e, mesmo a essa distância, o sargento parece pouco mais que uma mancha escura de sombra em movimento. Baltimore agarra seu rifle com tanta força que suas mãos doem. Suas pernas parecem ter vontade própria, carregando-o pelo terreno arrebentado. Ele quase tropeça sobre um soldado morto, cujo corpo fora tão violentamente calcinado que agora é impossível saber se ele era aliado ou inimigo. O rosto do homem escorreu como cera derretida.
– Meu Deus – murmura Baltimore para a noite.
Tomlin se apressa pela esquerda para encontrar seu destacamento enquanto Baltimore desvia o olhar do cadáver para se juntar ao grupo pela direita. Suaves lamentos e o leve farfalhar da lona e do algodão de seus uniformes podem ser ouvidos pela linha onde o grupo de Tomlin se reúne, embora a noite já tivera mergulhado seus corpos na escuridão.
Agachado, Baltimore se esgueira pelo solo acidentado, enquanto seus homens seguem pelos lados. Ele ergue uma das mãos e olha à sua volta procurando Norwich, o cabo que leva o alicate, e o encontra logo ao seu lado com as hastes da ferramenta despontando de sua mochila.
Um de cada vez, eles se aproximam do arame farpado, um confuso emaranhado da altura de um homem. Baltimore se ajoelha e faz um sinal para o cabo Norwich. O soldado entrega seu rifle ao companheiro ao lado e puxa o alicate de sua mochila. Com agilidade e o máximo de silêncio possível, Norwich começa a cortar os fios. Mais adiante, o destacamento de Tomlin irá fazer o mesmo.
Baltimore se levanta e tenta olhar para o outro lado do campo de batalha através da muralha de escuridão. As árvores mais próximas do descampado são como listras de sombra contra as trevas mais profundas da floresta.
Norwich havia chegado à metade do rolo de quase dois metros de arame farpado. Nos pontos onde ele já abrira caminho, o arame se retorceu para trás como a carne em volta de um ferimento. Norwich secciona um arame que chicoteia para trás e corta seu rosto, rasgando sua carne. O cabo solta um profundo gemido, larga o alicate e traz a mão ao rosto, sem soltar um grito ou impropério. Baltimore se apressa pela abertura no arame farpado. Faz um sinal para o soldado que está com o rifle de Norwich e juntos os dois o arrastam pelas pernas para fora dali.
Os olhos do cabo estão arregalados pela dor e por uma profunda fúria desorientada. O sangue deixa rastros negros por seu rosto, vazando pela mão pressionada contra a ferida.
Baltimore acena com a cabeça para Norwich aprovando seu esforço para se manter em silêncio. Em seguida, gesticula para o soldado que o ajudou a puxar o cabo para fora dos arames, um comando silencioso para que pegue o alicate e continue o trabalho. Ele hesita por um instante, como se na esperança de que a ordem fosse para algum outro soldado, e então se arrasta relutante para dentro dos arames e pega o alicate do chão.
Uma figura indefinida de manchas negras e acinzentadas se aproxima, emergindo entre o amontoado de soldados que aguardam. Ela tira seu capacete achatado e Baltimore reconhece o médico, Stockton. O homem enfia a mão em uma bolsa que traz presa ao ombro e retira uma pequena caixa de primeiros socorros. Com rapidez, enquanto o esquálido soldado corta fio após fio do arame, abrindo uma trilha entre os rolos farpados, Stockton limpa a ferida de Norwich e espalha uma pomada coagulante sobre ela. Não há nada mais a ser feito. Pela localização do corte, ficaria muito difícil fazer uma atadura ali no campo.
Stockton dá uma última olhada no corte, mas no escuro é impossível perceber maiores detalhes. O médico faz um sinal de positivo para o capitão Baltimore e segue agachado até se juntar aos soldados que aguardam a ordem para prosseguir. Uma silhueta escura usando um capacete como aquele de Mercúrio, porém sem asas, entrega-lhe seu rifle.
O esquálido soldado emerge dos arames, abaixado. Ele havia terminado o trabalho que Norwich começara. Agora, eles têm um caminho aberto.
Fazendo uma careta, Norwich se levanta e pega o alicate para guardá-lo em sua mochila. Ele e o soldado disparam um olhar de expectativa para seu capitão. Baltimore acena para que sigam adiante. O soldado Macintosh assume a ponta. Baltimore não teria como confundir a silhueta daquele gigantesco brutamonte. O capitão se junta aos seus homens como o quinto da fila enquanto eles atravessam com pressa o buraco aberto entre o emaranhado de arame farpado.
Ao saírem do outro lado, eles se espalham, fazendo uma fileira ao longo da parte interna da parede de arames. Baltimore examina o campo de batalha esburacado e destruído logo à frente. O vento fica mais forte. Ele estremece enquanto um calafrio atravessa seu uniforme e se embrenha em seus ossos.
A menos de três metros à frente fica uma trincheira que se abre como um corte talhado na terra. A escuridão naquele fosso faz a noite parecer clara. Pela esquerda, o destacamento de Tomlin já deve ter atravessado, completando o pelotão. Eles esperarão suas ordens, como se houvesse alguma outra escolha possível além de seguir em frente, descendo pela trincheira e saindo pelo outro lado
Baltimore ergue sua mão para comandar o avanço.
Vi no OANCIÃODIZ
"O Esquadrão Guilhotina" e "Um Doce Aroma de Morte", de Guillermo Arriaga
Leia trechos dos livros:
"O ESQUADRÃO GUILHOTINA"
Velasco suspirou fundo e satisfeito quando divisou ao longe a presença magnífica de sua criação. A guilhotina se erquia imponente sobre os homens e as mulheres que a rodeavam admirados, perplexos. Velasco a sentiu como uma representação divina, símbolo universal da morte, à qual seus súditos faziam reverência. É verdade, a guilhotina não tinha sido, muito a seu pesar, um invento seu, mas lhe dera em definitivo uma inesperada dimensão, outra participação no processo histórico. A guilhotina aparecia na Revolução como mais natural, mais afeita à índole dos mexicanos que à dos franceses. "Não há nada que a iguale ou a supere", pensou Feliciano. "É sublime, é mágica."
"UM DOCE AROMA DE MORTE"
Os pêsames repentinos, os olhares ambíguos, as tímidas condolências, as perguntas impertinentes criaram em Ramón uma certeza: o que se dizia de sua relação com Adela já não era um brincadeira ou um boato, mas uma verdade nova e definitiva que crescia minuto a minuto e que lhe era cada vez mais difícil desmentir. Adela se transformava para ele numa armadilha e num mistério. A lembrança que ele tinha da moça se tornou confusa. Uma após a outra, as imagens se sucediam: Adela vestida com uma blusa branca e uma saia amarela comprando salsa na venda; Adela enveredando pelas ruas do povoado.
Adela nua, estirada, silenciosa no silêncio de uma plantação de sorgo. Adela filha assassinada, Adelada encharcada em sangue, Adela encharcando-o com seu sangue. Adela refletida no rosto do seu pai, na dor de sua mãe. Adela, Adela, Adela. Aquele aroma, aquele corpo que ele havia estreitado. Adela, o temor a Adela, o amor a Adela, Quem era Adela?
Vi no OANCIÃODIZ
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Lady Constantine
Mais um gibi trazido a nós pelo pessoal do Vertigem, desta vez com uma aventura da ancestral de John Constantine - que alguns leitores poderão reconhecer de Sandman. Para baixar é só clicar na imagem.
Taxi Driver - Bloody Ending
Final de Táxi Driver, um aula de direção de Martin Scorsese, um diretor realmente talentoso, então nem preciso dizer que é um spolier total para quem não viu o filme. Aviso feito.
100 Films pour une Cinémathèque Idéale, da revista Cahiers du Cinéma
Os 100 escolhidos:
- Cidadão Kane (1941) - Orson Welles
- O Mensageiro do Diabo (1955) - Charles Laughton
- A Regra do Jogo (1939) - Jean Renoir
- Aurora (1927) - Friedrich Wilhelm Murnau
- O Atalante (1934) - Jean Vigo
- M, o Vampiro de Dusseldorf (1931) - Fritz Lang
- Cantando na Chuva (1952) - Stanley Donen & Gene Kelly
- Um Corpo que Cai (1958) - Alfred Hitchcock
- O Boulevard do Crime (1945) - Marcel Carné
- Rastro de Ódio (1956) - John Ford
- Ouro e Maldição (1924) - Erich von Stroheim
- Rio Bravo - Onde Começa o Inferno (1959) - Howard Hawks
- Ser ou Não Ser (1942) - Ernst Lubitsch
- Era uma Vez em Tóquio (1953) - Yasujiro Ozu
- O Desprezo (1963) - Jean-Luc Godard
- Contos da Lua Vaga (1953) - Kenji Mizoguchi
- Luzes da Cidade (1931) - Charlie Chaplin
- A General (1927) - Buster Keaton
- Nosferatu (1922) - Friedrich Wilhelm Murnau
- A Sala de Música (1958) - Satyajit Ray
- Monstros (1932) - Tod Browning
- Johnny Guitar (1954) - Nicholas Ray
- A Mãe e a Puta (1973) - Jean Eustache
- O Grande Ditador (1940) - Charlie Chaplin
- O Leopardo (1963) - Luchino Visconti
- Hiroshima, Meu Amor (1959) - Alain Resnais
- A Caixa de Pandora (1929) - Georg Wilhelm Pabst
- Intriga Internacional (1959) - Alfred Hitchcock
- O Batedor de Carteiras (1959) - Robert Bresson
- Amores de Apache (1952) - Jacques Becker
- A Condessa Descalça (1954) - Joseph Mankiewicz
- O Tesouro do Barba Rubra (1955) - Fritz Lang
- Desejos Proibidos (1953) - Max Ophüls
- O Prazer (1952) - Max Ophüls
- O Franco Atirador (1978) - Michael Cimino
- A Aventura (1960) - Michelangelo Antonioni
- O Encouraçado Potemkin (1925) - Sergei M. Eisenstein
- Interlúdio (1946) - Alfred Hitchcock
- Ivan, o Terrível (1944) - Sergei M. Eisenstein
- O Poderoso Chefão (1972) - Francis Ford Coppola
- A Marca da Maldade (1958) - Orson Welles
- Vento e Areia (1928) - Victor Sjöström
- 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) - Stanley Kubrick
- Fanny e Alexander (1982) - Ingmar Bergman
- A Turba (1928) - King Vidor
- 8 1/2 (1963) - Federico Fellini
- Sel Sol (1962) - Chris Marker
- O Demônio das Onze Horas (1965) - Jean-Luc Godard
- O Romance de um Trapaceiro (1936) - Sacha Guitry
- Amarcord (1973) - Federico Fellini
- A Bela e a Fera (1946) - Jean Cocteau
- Quanto mais Quente Melhor (1959) - Billy Wilder
- Deus Sabe quanto Amei (1958) - Vincente Minnelli
- Gertrud (1964) - Carl Theodor Dreyer
- King Kong (1933) - Ernst Shoedsack & Merian J. Cooper
- Laura (1944) - Otto Preminger
- Os Sete Samurais (1954) - Akira Kurosawa
- Os Incompreendidos (1959) - François Truffaut
- A Doce Vida (1960) - Federico Fellini
- Os Vivos e os Mortos (1987) - John Huston
- Ladrão de Alcova (1932) - Ernst Lubitsch
- A Felicidade não se Compra (1946) - Frank Capra
- Monsieur Verdoux (1947) - Charlie Chaplin
- O Martírio de Joana d'Arc (1928) - Carl Theodor Dreyer
- Acossado (1960) - Jean-Luc Godard
- Apocalypse Now (1979) - Francis Ford Coppola
- Barry Lyndon (1975) - Stanley Kubrick
- A Grande Ilusão (1937) - Jean Renoir
- Intolerância (1916) - David Wark Griffith
- Partie de Campagne (1936) - Jean Renoir
- Playtime (1967) - Jacques Tati
- Roma, Cidade Aberta (1945) - Roberto Rossellini
- Sedução da Carne (1954) - Luchino Visconti
- Tempos Modernos (1936) - Charlie Chaplin
- Van Gogh (1991) - Maurice Pialat
- Tarde Demais para Esquecer (1957) - Leo McCarey
- Andrei Rublev - O Artista Maldito (1969) - Andrei Tarkovsky
- A Imperatriz Galante (1934) - Joseph von Sternberg
- Intendente Sansho (1954) - Kenji Mizoguchi
- Fale com Ela (2002) - Pedro Almodóvar
- Um Convidado bem Trapalhão (1968) - Blake Edwards
- Tabu (1930) - Friedrich Wilhelm Murnau
- A Roda da Fortuna (1953) - Vincente Minnelli
- Nasce uma Estrela (1954) - George Cukor
- As Férias do Sr. Hulot (1953) - Jacques Tati
- A Terra do Sonho Distante (1963) - Elia Kazan
- O Alucinado (1953) - Luis Buñuel
- A Morte num Beijo (1955) - Robert Aldrich
- Era uma Vez na América (1984) - Sergio Leone
- Trágico Amanhecer (1939) - Marcel Carné
- Carta de uma Desconhecida (1948) - Max Ophüls
- Lola, a Flor Proibida (1961) - Jacques Demy
- Manhattan (1979) - Woody Allen
- Cidade dos Sonhos (2001) - David Lynch
- Minha Noite com Ela (1969) - Eric Rohmer
- Noite e Neblina (1955) - Alain Resnais
- Em Busca do Ouro (1925) - Charlie Chaplin
- Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932) - Howard Hawks
- Ladrões de Bicicletas (1948) - Vittorio de Sica
- Napoleão (1927) - Abel Gance
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Fábulas na TV
O canal ABC encomendou um piloto da aclamada - e ótima - série da Vertigo. Eba! Esta é a melhor notícia desde muito tempo para os fãs de seriados. Fábulas é um daqueles gibis que deixam o leitor ansioso pela continuação, com personagens cativantes - os meus preferidos são O Lobo Mau e a Branca de Neve - e tramas muito bem escritas. E as ótimas capas (como essas aí de cima) são o complemento perfeito.
Vi no O Ancião Diz (+18)