Uma caixa preta debaixo do braço. Falo com a língua presa que sou o bombeiro que vai fazer o serviço no apartamento "duscenthos" e um. O porteiro acha graça da minha língua presa e me manda subir. Começo do ultimo andar. Sou o bombeiro (língua normal agora), vim fazer o serviço. Pela abertura, dois olhos: ninguém chamou bombeiro não. Desço para o sétimo, a mesma coisa. Só vou ter sorte no primeiro andar.
A empregada me abriu a porta e gritou La para dentro, é o bombeiro. Surgiu uma moça de camisola, um vidro de esmalte de unhas na mão, bonita, uns vinte e cinco anos.
Deve haver um engano, ela disse, nós não precisamos de bombeiro.
Tirei o Cobra de dentro da caixa. Precisa sim, é bom ficarem quietas senão mato as duas. Tem mais alguém em casa? O marido estava trabalhando e o menino no colégio. Amarrei a empregada fechei sua boca com esparadrapo. Levei a dona pro quarto.
Tirei a roupa.
Não vou tirar a roupa, ela disse, a cabeça erguida.
Estão me devendo xarope, meia, cinema, filé mignon e buceta, anda logo. Dei-lhe um murro na cabeça. Ela caiu na cama, uma marca vermelha na cara. Não tiro. Arranquei a camisola, a calcinha. Ela estava sem sutiã. Abri-lhe as pernas. Coloquei os meus joelhos sobre as suas coxas. Ela tinha uma pentelheira basta e negra. Ficou quieta, com olho fechados. Entrar naquela floresta escura não foi fácil, a buceta era apertada e seca. Curvei-me, abri a vagina e cuspi lá dentro, grossas cusparadas. Mesmo assim não foi fácil, sentia o meu pau esfolando. Deu um gemido quando enfiei o cacete com toda força até o fim. Enquanto enfiava e tirava o pau eu lambia os peitos dela, a orelha, o pescoço, passava o dedo de leve no seu cu, alisava sua bunda. Meu pau começou a fica lubrificado pelos sucos da sua vagina, agora morna e viscosa.
Como já não tinha medo de mim, ou por que tinha medo de mim, gozou primeiro do que eu. Com o resto da porra que saía do meu pau fiz um círculo em volta do umbigo dela.
Vê se não abre mais a porta pro bombeiro, eu disse, antes de ir embora.
...
Trecho do conto "O Cobrador" - Rubem Fonseca, 1989.
Um comentário:
que coincidência, acabei de ler esse conto e encontrei esse site. Não sou fã desse tipo de literatura, mas confesso, que é bem construída, por meio de paralelismos e repetições, enfim, algo que consolida a qualidade do escritor. enfim. é isso. Até mais.
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