sábado, 1 de maio de 2010

Rabiscado em uma mesa de bar


Não estou acostumada a longas esperas
Sempre deixei os outros esperarem por mim
Agora estou aqui em meio a xícaras vazias de café
E me pergunto se tudo isso vale a pena.

É tão diferente dos dias antigos
         Nós dois percebemos mudos: é o que resta.
Não indague desta forma. —Pode-se dizer muita coisa
O que no fundo não tem palavras.

Meio dia e meia. Tão tarde! Os fregueses são parcos
Guardo o meu otimismo
Nesta cidade com quatro milhões de almas
Parece ser uma única alma rara demais.

Mascha Kaléko

Nenhum comentário: