À primeira vista, muitas pessoas imaginam que "Bambi" é um mangá sutil e meigo. Não poderiam estar mais errados! A história - impressa inteiramente em tinta cor-de-rosa berrante, como o original - é extremamente impactante e dinâmica - digna do Quentin Tarantino dos mangás, o autor Atsushi Kaneko -, misturando muitos estilos e fazendo muitas referências.
"Bambi" vai trazer momentos de ação extrema e muita diversão, que nos remete à clássicos do mangá como Akira, e também da narrativa cinematográfica, como Kill Bill. Atsushi Kaneko – que, aliás, já trabalhou como diretor de cinema - nos traz cenas mirabolantes e assassinos incríveis - às vezes, paradoxais-, mas nos traz, acima de tudo, uma história que mostra, ao mesmo tempo, loucura e realidade.
A protagonista, “Bambi”, é uma garota naturalista - que odeia a hipocrisia dos homens, não toma banho e não come coisas industrializadas -, mas que também possui um lado muito violento e vingativo.
Ela é procurada por ter seqüestrado uma criança - mimada, gorducha e egoísta - e se vê o tempo inteiro cercada por caçadores-de-recompensa. O clima de 'matar ou morrer' nos acompanha o tempo todo, enquanto o 'pai' do garoto, "Gabba King", figura diabólica e assustadora, uma visão deturpada e esquizofrênica de Elvis, os persegue.
Podemos dizer que Gabba é a encarnação de todo o mal dentro da história, dominando multidões de seguidores e uma legião de capangas, e consegue conquistar a perplexidade e o medo do leitor.
No meio de toda essa violência, porém, o que adquire importância ao longo da trama é o relacionamento de “Bambi” com o pequeno garoto. Um laço de compaixão entre os dois parece crescer, enquanto eles sobrevivem no meio de tantas balas (e granadas) perdidas!
"Bambi" é uma história de prestígio em outros países, apreciada não só por fãs de mangá, mas também por uma legião de fãs das arte pop alternativa. Vale a pena conferir cada quadro desse extremo mangá cor-de-rosa.
A série está no segundo volume, mas acaba só no sexto.
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