O rosto, que não teve trégua desde o começo, foi terrivelmente abusado ao longo dos anos. Na adolescência, uma doença sanguínea o deixou meses no hospital, com furúnculos do tamanho de pequenas maçãs no rosto e nas costas (“Era emocional: o ódio pelo meu pai saindo através da pele”), deixando uma coleção de cicatrizes impressas para toda a vida. Mais tarde, putas impiedosas deixaram cicatrizes, arrancando pedaços de carne com as unhas enquanto ele estava bêbado demais para reagir. No meio desses mapas faciais de crises passadas se encontra um nariz redondo, inchado e grosseiro. Ele também é vermelho, em um protesto inútil contra as exorbitantes quantidades de álcool consumidas pelo velho. Acima do nariz, dois pequenos olhos azul-claros, localizados no fundo do crânio imenso, estudam cuidadosamente o mundo. As mãos são um elemento inesperado no corpo de Bukowski: dois membros muito delicados na extremidade de braços musculosos. São mãos de um artista plástico ou de um músico. Belas mãos, sem dúvida (“Digo às mulheres que o rosto é a minha experiência de vida, e que as mãos são a minha alma — vale tudo para ver uma mulher tirando a calcinha.”)
Revista Rolling Stone.
Vi no O Ancião Diz que viu no Boteco Sujo.
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