Ontem aconteceu o melhor show do ano no Rio de Janeiro. B.B. King, aos 81 anos, fez uma apresentação mágica, divertida e emocionante. Não é exagero. O cantor e guitarrista demonstrou porque tem “rei” no nome. Foram quase 90 minutos de blues e suas vertentes tocadas com muito estilo por uma banda azeitada e experiente. Não bastasse a música de alta qualidade, o guitarrista ainda deu seu costumeiro espetáculo de bom humor. Impossível não se encantar com suas falas entre e durante as canções.
O show começou às 22h13 apenas com a banda de apoio, sem a presença de B.B. King. Foram duas canções, em que os músicos "esquentaram" o palco e a platéia. Trompetes, saxofones, guitarra, baixo, bateria e teclado tiveram seus momentos, cada um deles fez um solo durante a apresentação. Tudo em nome do blues. Parecia que a casa Vivo Rio tinha sido transportada para New Orleans. Antes da terceira música, B.B. King foi anunciado. Ele entrou e foi ovacionado. Por sinal, isso aconteceu durante toda a sua apresentação. Antes de empunhar sua mítica guitarra Lucille (como ele a chama), King agradeceu a presença de todos - especialmente das “ladies”. E essa foi uma das características da apresentação: as mulheres foram enaltecidas durante todo o espetáculo. B.B. King afirmou que elas foram o melhor presente do Criador. É evidente que elas são o melhor combustível para um blues man. Relacionamentos tempestuosos costumam se transformar em canções inesquecíveis. King notou também a presença de muitos jovens na platéia, e aproveitou para agradecer aos avôs e pais por terem transmitido a sua música para seus descendentes.
Antes de dedilhar “Why I sing the blues”, ele comentou que já não lembrava mais nada e que estava senil por causa da idade, o que levou o público às gargalhadas. Depois vieram clássicos como “I need you so”, “Bad case of love” e “Understand”, sempre permeados com pequenas histórias, fatos e piadas. B.B. King também falou sobre sua dura vida e suas turnês realizadas em mais de 90 países nestes seus mais de 60 anos de estrada. Afirmou que essa era a sua última turnê, apropriadamente batizada de Farewell Tour (Turnê de Despedida). Mas lembrou que Sean Connery, um de seus atores prediletos, também disse que nunca mais interpretaria James Bond. Promessa que ele quebrou em 007 Nunca Mais Outra Vez.
“When love comes to town”, escrita especialmente pelo cantor Bono Vox, foi tocada em um ritmo avassalador. Essa foi a dica para o naipe de metais da banda deixar o palco e o show ficar intimista, como o blues necessita em certas canções. Acompanhado de uma outra guitarra, baixo, bateria e piano, B.B. King atacou com “Gott a mind”. Depois homenageou mais uma vez as mulheres com “Just like a woman”. Nesse momento deu dicas para os homens presentes conseguirem beijinhos e afetos ao chegar em casa. A todo instante parecia preocupado em saber se o público estava entendendo o que estava falando. Mas bastava tirar um acorde de sua lendária guitarra para ser compreendido. “You are my sunshine” foi cantada aos berros pela a platéia para a sua felicidade. Em seguida veio mais um set lendário com “Darling you know I love you”, “Rock me baby”, “How blue can you get” e “Key to the highway”. O golpe de misericórdia ficou por conta da antológica “Thrill is gone”, já com a banda completa de volta ao palco.
Ao final, esse seria o típico momento de sair de cena, para voltar com os pedidos de bis. Mas a idade e o peso impedem essa manobra, portanto B.B. King agradeceu bastante demonstrando que o show estava mesmo terminando. Depois de ser bastante aplaudido, anunciou “Guess who”, que foi acompanhada por “When the saints go marching in”, clássico preferido pelos jazzistas. Com parte da banda tocando, se levantou e começou a distribuir palhetas. Boa parte da platéia se levantou e correu até o palco. B.B. King se abaixou inúmeras vezes e cumprimentou dezenas de presentes que não o deixavam ir embora. Talvez essa fosse a última oportunidade. O lendário bluesman saiu da mesma forma que entrou: com a sua banda tocando ao fundo. Fica a certeza que mesmo com a idade avançada ele continua cantando e tocando guitarra com a mesma habilidade e técnica que o consagraram. Sua vitalidade vem de sua música emocionante e poderosa. Fica a esperança que ele siga os mesmos passos de Sean Connery e quebre ele também a promessa de parar.
Fonte: Omelete
Por Mário "Fanaticc" Abbade - Fotos: Gabriela Magnani
11/12/2006
“When love comes to town”, escrita especialmente pelo cantor Bono Vox, foi tocada em um ritmo avassalador. Essa foi a dica para o naipe de metais da banda deixar o palco e o show ficar intimista, como o blues necessita em certas canções. Acompanhado de uma outra guitarra, baixo, bateria e piano, B.B. King atacou com “Gott a mind”. Depois homenageou mais uma vez as mulheres com “Just like a woman”. Nesse momento deu dicas para os homens presentes conseguirem beijinhos e afetos ao chegar em casa. A todo instante parecia preocupado em saber se o público estava entendendo o que estava falando. Mas bastava tirar um acorde de sua lendária guitarra para ser compreendido. “You are my sunshine” foi cantada aos berros pela a platéia para a sua felicidade. Em seguida veio mais um set lendário com “Darling you know I love you”, “Rock me baby”, “How blue can you get” e “Key to the highway”. O golpe de misericórdia ficou por conta da antológica “Thrill is gone”, já com a banda completa de volta ao palco.
Ao final, esse seria o típico momento de sair de cena, para voltar com os pedidos de bis. Mas a idade e o peso impedem essa manobra, portanto B.B. King agradeceu bastante demonstrando que o show estava mesmo terminando. Depois de ser bastante aplaudido, anunciou “Guess who”, que foi acompanhada por “When the saints go marching in”, clássico preferido pelos jazzistas. Com parte da banda tocando, se levantou e começou a distribuir palhetas. Boa parte da platéia se levantou e correu até o palco. B.B. King se abaixou inúmeras vezes e cumprimentou dezenas de presentes que não o deixavam ir embora. Talvez essa fosse a última oportunidade. O lendário bluesman saiu da mesma forma que entrou: com a sua banda tocando ao fundo. Fica a certeza que mesmo com a idade avançada ele continua cantando e tocando guitarra com a mesma habilidade e técnica que o consagraram. Sua vitalidade vem de sua música emocionante e poderosa. Fica a esperança que ele siga os mesmos passos de Sean Connery e quebre ele também a promessa de parar.
Fonte: Omelete
Por Mário "Fanaticc" Abbade - Fotos: Gabriela Magnani
11/12/2006
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